Moradores do CDHU de Itapeva relatam aumento de furtos e desamparo após retirada de garagens
Sem locais seguros para estacionar, famílias denunciam
série de furtos a veículos no conjunto habitacional e cobram medidas de
segurança mais efetivas da prefeitura e das forças policiais
O medo tomou conta dos moradores do Conjunto Habitacional
(CDHU) de Itapeva, que nas últimas semanas vêm registrando uma sequência de
furtos a veículos estacionados nas ruas do bairro. O caso mais recente ocorreu
neste fim de semana, quando um morador teve as duas rodas do carro levadas
durante a madrugada. O episódio reacendeu o sentimento de insegurança e
desamparo entre os moradores, que afirmam não ter mais onde recorrer.
Segundo relatos, o problema se agravou após a notificação
para que todos os moradores demolíssem as garagens particulares construídas nas
áreas comuns do conjunto em 2023. A medida, determinada por órgãos fiscalizadores, foi
cumprida por grande parte dos residentes — ainda que muitos reconheçam que
algumas estruturas extrapolavam os limites permitidos. “Cumprimos a ordem, mas
desde então nossos carros ficaram expostos e se tornaram alvos. Hoje,
infelizmente, entrei para o grupo das vítimas”, desabafou um dos moradores,
emocionado.
O morador, que trabalha e sustenta a família com esforço
próprio, contou que o veículo furtado era fruto de anos de dedicação. “Meu
carro não é moderno, mas foi o que consegui comprar honestamente. Ver ele sem
as rodas me destruiu. Chorei de raiva e tristeza. O pior é não ter a quem pedir
socorro. Só Deus para dar forças e confortar o coração”, lamentou. O caso foi
registrado na Delegacia de Polícia de Itapeva, e o morador fez questão de
agradecer à equipe que o atendeu de forma rápida, embora reconheça a dificuldade
de recuperar o que foi levado.
A situação não é isolada. Diversos moradores relatam casos
semelhantes, com furtos de rodas, baterias e até veículos inteiros. “A gente
não dorme mais tranquilo. Qualquer barulho na rua, já levanto para ver se o
carro ainda está lá”, contou outra moradora, que preferiu não se identificar.
Nas redes sociais, os relatos se multiplicam, e a sensação é de abandono:
faltam rondas regulares e iluminação adequada em algumas vias do conjunto.
O aumento dos furtos tem alimentado discussões sobre a
necessidade de medidas urgentes por parte do poder público. Moradores pedem a
instalação de câmeras de segurança, reforço no policiamento e mais atenção da
prefeitura para o problema. “Não estamos pedindo luxo, só queremos segurança.
Cumprimos as ordens, derrubamos as garagens, mas ficamos expostos. Agora,
vivemos com medo”, resume um dos afetados. Enquanto isso, muitos depositam suas
esperanças na fé, na justiça e na própria vizinhança, que tenta se proteger
como pode.
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