Saúde

Apenas uma bica de Itapeva tem água própria para consumo, diz análise

Levantamento solicitado pelo CONSEG mostra que a maioria das fontes utilizadas pela população apresenta risco à saúde. Apenas a bica da José Ermírio de Moraes atende aos padrões de potabilidade.

A qualidade da água de nascentes urbanas de Itapeva, voltou ao centro do debate público após a divulgação de um parecer técnico solicitado pelo Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG). O levantamento, encaminhado à Secretaria Municipal de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, foi motivado por preocupação com a saúde da população que consome, cotidianamente, a água captada diretamente em diversas fontes espalhadas pelo perímetro urbano da cidade.

Segundo resposta encaminhada pela própria Secretaria ao CONSEG, por meio do titular da pasta, Paulo Roberto Eloriaga Aeti de Oliveira, três das quatro principais nascentes analisadas foram classificadas como impróprias para o consumo humano. Entre elas estão a tradicional bica da Praça da Lira, a nascente Olho d’Água (localizada na Sala Verde) e a bica da Revolucionários de 32. Esta última, embora tenha apresentado presença de coliformes, foi considerada “satisfatória” em termos gerais, mas ainda assim desaconselhada para ingestão direta.

A única nascente considerada própria para consumo, segundo os critérios legais de potabilidade, foi a bica situada em frente à empresa Auto Filtros, na Avenida José Ermírio de Moraes. Essa fonte foi a única que atendeu a todos os parâmetros microbiológicos exigidos pela legislação vigente, destacando-se como alternativa segura em meio a um cenário preocupante de contaminação.

No documento assinado pelo presidente do CONSEG, Maurício Machado Coelho, datado de 7 de março de 2025 e protocolado no Gabinete da Prefeita no dia 10 de abril, o Conselho solicitava análises laboratoriais detalhadas da água captada diretamente nessas fontes públicas. O pedido ainda recomenda, em caso de contaminação, a instalação imediata de placas informativas alertando os riscos à população.

A resposta da Secretaria de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, conforme divulgado na última semana pelo Sr. Maurício - CONSEG, confirma os receios da comunidade. A Vigilância Sanitária de Itapeva foi acionada e deverá se manifestar oficialmente sobre as providências a serem tomadas, inclusive sobre a sinalização preventiva e a possibilidade de interdição temporária das bicas contaminadas.

"Repassem. É de interesse de todos", afirmou o Sr. Maurício, reiterando a importância da divulgação dos resultados à população. A expectativa agora é que, além da instalação de sinalização adequada, o Executivo municipal adote medidas estruturantes para garantir o abastecimento seguro em todas as regiões da cidade — e que esse debate ultrapasse as paredes dos gabinetes e chegue, de forma clara e objetiva, aos cidadãos.

 

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