Saúde

UTILIDADE PÚBLICA: Queimadas e fumaça incomoda bairros de Itapeva

Na época de secas de outono e inverno as queimadas de terrenos vazios são um risco para a saúde das pessoas e meio ambiente do município. 

A fuligem e fumaça que chega até as casas em diversos bairros de Itapeva são resultado de queimadas em terrenos vazios dentro do próprio perímetro urbano, em áreas onde lotes particulares estão vazios e até mesmo terrenos públicos estão desocupados, sob risco de invasão. 

Os proprietários erroneamente acreditam que a queimada é a melhor forma de limpeza do terreno com mato alto, mato seco e até mesmo eliminação de lixo e restos de construção descartados irregularmente em terrenos ao redor da cidade.

A falta de fiscalização por parte da Prefeitura de Itapeva é a principal causa desse tipo de incidente, que se repete anualmente em Itapeva, sem que haja inclusive campanhas de conscientização por parta da Secretaria Municipal de Defesa Civil e  Meio Ambiente e demais órgãos de segurança pública. 

Não existem ações eficientes para coibir e ações de prevenção que minimizem as queimadas em terrenos,  o que causa diretamente incômodos não somente aos residentes em bairros onde as queimadas acontecem, mas para outros bairros ao redor.

A baixa umidade do ar nessa época do ano associada à fumaça e fuligem das queimadas de terrenos urbanos pode desencadear crises de alergias respiratórias em idosos, adultos e crianças, que são obrigados a conviver anualmente com esse tipo de situação. O fato também repercute negativamente no atendimento de pacientes na UPA, que muitas vezes procuram a unidade com sintomas de crises respiratórias e bronquite causados por esse tipo de incidente.

Devido as queimadas serem realizadas muitas vezes em período noturno, os moradores são surpreendidos com o odor de fumaça enquanto dormem, tendo que tomar precauções que pouco resolvem o problema da fuligem e fumaça.

Um morador do Jardim Grajaú, que preferiu não se identificar, relatou a situação vivenciada no bairro. Ele explicou que o mato alto nos terrenos baldios são todos os anos queimados, a partir da final da tarde, com os próprios donos acendendo fogo com gasolina: "O que mais me revolta é a fumaça. Todo ano temos que suportar essa perturbação. É não é um terreno diferente a cada vez que eles colocam fogo, são os mesmos, dos mesmos donos, e não existe solução. Ligamos para polícia e guarda municipal e quase nada acontece. Agora, com a chegada da seca de inverno, o mato vai secar ainda mais, e a tendência é piorar".

O morador relatou que a região é repleta de chácaras e lotes sem construção, e que as queimadas têm colocado em risco a saúde das pessoas devido à fumaça: "Aqui mais pra cima, sentido Bairro de Cima, tem gente com chácara e mato no fundo do terreno. Eles tocam fogo no mato seco todo ano. Todos sofrem com a fumaça, inclusive minha sogra, que é asmática e tem crises frequentes por causa dessas queimadas, temos que levar ela fazer inalação, mas o postinho fica fechado final de semana, daí levamos na UPA, que atende muito mal."

Do outro lado da cidade, nas imediações do Portal Itapeva, bairro que possui muitas moradias em construção e lotes ainda vazios, além do mato alto e mato seco, há também muito lixo e descarte de construção jogado nos terrenos, o que aumenta o risco de proliferação do aedes aegypti (mosquito proliferador da dengue).

De acordo com a legislação municipal é responsabilidade pela limpeza dos lotes baldios são dos proprietários, o que de certa forma serve como argumento para isentar a Prefeitura de tomar inciativas de prevenção de incêndios em lotes com mato alto e mato seco, além de descarte de lixo e resíduos de construção lançados.

Entretanto, com as cobranças de taxas de limpeza e IPTU por meio do georreferenciamento, há entendimento que a Prefeitura de Itapeva tem condições de monitorar e fiscalizar os locais com incidência de queimadas, descarte ilegal de lixo e materiais de construção, aplicando fiscalização nesses locais.


  

Deixe um comentário