Editorial

A fraquejada da oposição

Em conversa com os conselheiros da padaria Rezende, ponto de encontro do prefeito aos sábados de manhã para conversas com cavalheiros da cidade, o assunto da semana foi a virada de casaca de vereadores em favor do prefeito. Vereadores iludidos pelos favoritismos de ser mini-prefeitos para conquistar mais favores do executivo em troca de aprovações de projetos do mesmo. Favores estes como, iluminação, lajotamento, corte de grama, poda de arvore, recuperação de estadas rurais, coisa que são de obrigação e dever do executivo, que só faz após manifestações nas redes-sociais de vereadores mais chegados do gabinete.

Demorou pouco mais de um ano, para a maioria dos vereadores de oposição ao prefeito Mário Tassinari serem amansados e mudarem de lado.

Não há como negar esse fato. O prefeito começou o mandato com 1/3 da Câmara Municipal ao seu lado, mas depois de muita barganha política, hoje conta com apoio de 2/3 dos nobres vereadores.

A bancada do PP, liderada nos bastidores pelo ex-vereador Jé e controlada pelo assessor do presidente da Câmara Municipal, foi sendo desarticulada depois da CEI da Covid, CEI Santa Casa e pedido de cassação contra o prefeito se transformarem em pizza. O que será que foi negociado neste período?

Os articuladores políticos do prefeito aos poucos desarticularam a oposição usando estratégias manjadas da negociação política brasileira. O prefeito foi convencido por seus secretários a ceder favores e cargos aos opositores, que foram facilmente convencidos a virar a casaca, permitindo que o prefeito fique no cargo e governe com menos turbulência no Poder Legislativo.

O prefeito deu carta branca para todos secretários atenderem os pedidos dos vereadores nos bairros onde têm eleitores cativos e fazer nomeações de cargos nas secretarias da prefeitura para apadrinhados de vereadores. Como é evidente no Guarizinho, onde o prefeito atende todos os pedidos em troca de apoio de uma vereadora cavanista de coração.

Para fechar a conta e passar a régua, o prefeito autorizou uma nomeação por recompensa para um vereador relator do pedido de cassação arquivada para se tornar secretário chefe de gabinete. A nomeação fechou o caixão da oposição e tornou o PP e minoria oposicionista em motivo de piada no gabinete.

O ex-vereador Jé e seus correligionários não conseguiram por muito tempo segurar a base da oposição na Câmara Municipal, muito menos emplacar pedido de cassação contra o prefeito Mário Tassinari. Depois que esses vereadores vira casacas mudaram de lado por recompensas ilusórias do executivo.

Os caciques do PP receberam uma amostra grátis de infidelidade política de pelo menos três vereadores que passaram a apoiar irrestritamente o prefeito, mesmo sem mudarem de partido até o momento. Como sempre, isso significa que a cobiça por cargos e favores dentro do Poder Executivo continua seduzindo os vereadores de Itapeva.

A intenção do núcleo duro do prefeito governar Itapeva ao estilo Vladmir Putin sem ter oposição para criticar e controlando toda imprensa e associações com cargos e favores, mas o mundo não gira como sonha o gabinete do prefeito.

A oposição deu uma fraquejada e perdeu toda sua força na Câmara Municipal, porém o problema mais grave é o prefeito estar nesse momento com aprovação popular em baixa. Cada decisão impopular do prefeito nos próximos meses deve custar ainda mais caro, tornando sua desaprovação ainda mais baixa. Sem planos para reeleição sem credibilidade para governar, muito menos deixar um sucessor.

Mas como o povo não vende apoio político em troca de cargos e favores, como fazem os vereadores, o prefeito continua a governar com apoio da maioria na Câmara Municipal e da minoria do povo de Itapeva.

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